Maio registrou forte baixa de -10,09% no Ibovespa, com destaque negativo para as perdas apresentadas pelas ações da Vale (-28,59% para VALE5 e -27,78% para VALE3) e da Petrobrás (-21,41% para PETR4 e -23,29% para PETR3). Na mão contrária, pelos preços de fechamento de mercado, o Dólar avançou 5,01% e o Euro valorizou 2,02% frente ao Real.
Já no mercado de renda fixa, os títulos do Tesouro indexados ao IPCA com vencimento em 2024 registraram ganho de 1,82% no mês (156% do CDI). Os demais títulos do Tesouro Direto renderam abaixo do CDI, sendo que o Tesouro IPCA+ 2035 registrou o pior desempenho com perda de -0,41%. Como referência, o CDI rendeu 1,11% em maio, ao passo que a poupança rendeu apenas 0,65% (ou 0,84% se considerarmos uma alíquota de 22,5% de imposto de renda para tornarmos as rentabilidades comparáveis, uma vez que a maioria das outras aplicações não é isenta de IR). Apresentamos abaixo um gráfico com as rentabilidades da poupança, LCI e LCAs, títulos públicos e CDBs-DI, além de alguns indicadores.
No caso dos títulos públicos, incluímos apenas o Tesouro Selic (LFT), Tesouro Prefixado (LTN) e o Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), por serem os títulos mais negociados pelas pessoas físicas. Para facilitar a comparação, as seguintes hipóteses foram assumidas:
- Preços utilizados são os divulgados no site do Tesouro Nacional;
- Rentabilidade líquida (descontada) da taxa de custódia de 0,30% ao ano;
- As rentabilidades apresentadas não consideram taxa de corretagem (entre 0 e 2%) normalmente cobrada pelas corretoras.
- As rentabilidades apresentadas foram calculadas considerando-se o spread de compra e venda divulgado no site do Tesouro Direto.
No caso de LCI e LCA, e da poupança, as rentabilidades são apresentadas acrescidas do Imposto de renda sob a alíquota de 22,5% (cobrada para investimentos com prazo de até 180 dias). O motivo disto é permitir uma comparação justa entre todos estes investimentos, uma vez que as rentabilidades de LCI, LCA e poupança são isentas de imposto de renda para os investidores pessoa física. As rentabilidades dos investimentos não-isentos de IR apresentados no gráfico acima e nas tabelas a seguir estão sem o desconto do imposto de renda, ou seja, apresentam o rendimento bruto.
Em relação aos fundos de investimento, listamos apenas aqueles com as seguintes características:
- Distribuídos pelos seis maiores bancos de varejo do País (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e HSBC), pois são as instituições em que a maior parte dos pequenos investidores aplica;
- Estão abertos para aplicação inicial. Fundos que estejam fechados para captação, isto é, que não aceitam novas aplicações, não foram incluídos;
- Aceitam aplicações de pessoas físicas e que não sejam oferecidos exclusivamente aos clientes do segmento de Private Bank (grandes fortunas).
Apresentamos os fundos por categoria (DI, renda fixa, multimercado, ações setoriais, ações não-setoriais, cambiais e curto prazo) e, dentro de cada categoria, separamos os fundos em 3 grupos de acordo com o valor de aplicação inicial. Na primeira coluna (“Pos. Geral”), mostramos a posição do fundo dentro da categoria independentemente do valor de aplicação inicial. Na segunda coluna (“Pos.”) é exibida a posição dentro do grupo de aplicação inicial. Na última coluna é apresentado o rendimento em % de CDI, exceto para os fundos de ações e fundos cambiais, onde é apresentada a diferença de rentabilidade relativa ao indexador: Ibovespa para fundos de ações e Dólar ou Euro para os fundos cambiais.
Fundos DI
Dos 43 fundos da amostra, 40 renderam mais do que a poupança ajustada pelo IR de 22,5%, refletindo o patamar mais elevado da taxa Selic, mas novamente nenhum superou o CDI. Fundos com taxa de administração igual ou abaixo de 1,0% ao ano obtiveram, em sua maioria, rentabilidades acima de 91% do CDI (ou 1,01%). O problema é que, à exceção de um, estes fundos aceitam aplicações iniciais apenas a partir de R$ 20 mil ou mais. Já os fundos com taxas de administração acima de 2,5% ao ano, estes tiveram rentabilidade abaixo de 83% do CDI, boa parte deles perdendo da poupança ajustada pelo IR.
Fundos de Renda Fixa
De um total de 66 fundos, 51 superaram a poupança ajustada pelo IR de 22,5%, 3 conseguiram superar o CDI, e quatro tiveram rentabilidade negativa. Os que obtiveram as melhores rentabilidades foram os que investem em instrumentos de crédito privado, que oferecem rentabilidade um pouco mais atraente, mas que contam com maior risco de crédito. Dentre os fundos que aceitam aplicação inicial de até R$ 1.000, a Caixa é o banco que oferece mais opções, 11 fundos, e a maioria com taxas de administração de até 1,5% ao ano. Outro ponto a destacar é que dentre os 10 fundos de renda fixa mais rentáveis no mês (todos com taxa de administração igual ou menor do que 1% ao ano), 6 aceitam aplicações iniciais somente a partir de R$ 20 mil ou mais, evidenciando a dificuldade que o pequeno investidor tem de acessar melhores investimentos.